Câncer Ginecológicos
Segunda causa de morte no Brasil, atrás apenas das doenças cardiovasculares, o câncer apresenta possibilidades de cura de até 90% (dependendo do tipo da neoplasia), quando detectado precocemente.
O endométrio é um tecido altamente vascularizado que reveste a parede interna do útero. Câncer de endométrio é um dos tumores ginecológicos mais frequentes. Ele acomete principalmente as mulheres na pós-menopausa, depois dos 60 anos.
Fatores de Risco:
- Obesidade e dieta rica em gordura animal;
- Condições que favorecem o aumento dos níveis de estrogênio no organismo e menor produção de progesterona, hormônio que protege o endométrio contra o crescimento anormal, tais como: terapia de reposição hormonal de estrogênio sem associação de progesterona;
- Não ter tido filhos;
- Idade precoce da primeira menstruação e menopausa tardia;
- Hipertensão arterial;
- Diabetes;
- Histórico pessoal ou familiar de tumores produtores de estrogênio e de câncer de mama, ovário, cólon ou endométrio.
Sintomas:
- Sangramento inesperado – fora do período da menstruação, após a relação sexual ou após a menopausa;
- Corrimentos vaginais incomuns;
- Dor ou sensação de peso na pélvis (bacia).
- Diagnóstico:
- De maneira geral, o exame clínico só revela a presença de câncer de endométrio nas fases mais avançadas. No entanto, sangramentos uterovaginais, em especial na pós-menopausa, são indícios que exigem uma avaliação ginecológica completa.
Para realizá-la, os seguintes exames de imagem são de fundamental importância: ultrassonografia, curetagem e histeroscopia. Este último permite visualizar o interior do útero e retirar uma amostra de material para biópsia.
Tratamento
Uma vez diagnosticado o câncer de endométrio, é preciso determinar a fase em que se encontra a doença: se o tumor está restrito no útero ou se afetou outros órgãos. Essa avaliação é essencial para definir a conduta terapêutica a ser adotada.
Nos estágios iniciais, o tratamento cirúrgico é o mais indicado. Em geral, ele inclui a retirada do útero, das trompas e dos ovários e também a remoção dos linfonodos, quando necessário.
Conforme as características de cada caso, depois da cirurgia, a recomendação é introduzir tratamentos adjuvantes complementares como quimioterapia, braquiterapia, radioterapia ou hormonioterapia.
Podem começar nos ovários ou nas células distais das trompas de falópio.
O câncer de ovário é considerado o câncer ginecológico mais difícil de ser diagnosticado, uma vez que a maioria dos tumores malignos de ovário só se manifesta em estágio avançado.
Prevenção
- Consulte um ginecologista regularmente e levante a possibilidade da doença tão logo reconheça algum dos sintomas.
- Controle o peso e evite alimentos gordurosos.
- Faça exames clínicos e ultrassonografias com mais frequência, de acordo com orientação médica, se tiver um parente de primeiro grau com história de câncer de ovário e/ou de mama.
- Respeite as datas dos retornos ao ginecologista, especialmente se você faz terapia de reposição hormonal; nesse caso, é maior o risco de a mulher desenvolver esse câncer.
- Passe por avaliação ginecológica regularmente se você tem mais de 40 anos.
Fatores de Risco
Certas mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 estão amplamente relacionados a tumores de ovário e também ao câncer de mama.
Há também relação entre esse tumor e o grau de atividade hormonal feminina. Mulheres que não tiveram filhos nem nunca amamentaram, as que tiveram menopausa tardia ou câncer de mama, assim como as que têm parentes de primeiro grau com histórico da doença apresentam risco mais elevado de desenvolver esse câncer.
Sintomas
Os sintomas do câncer de ovário são mais abdominais. Sensação de inchaço constante, sentir-se cheia após as refeições, ter um apetite reduzido, sentir dores abdominais, e ter hábitos intestinais incomuns. Prisão de ventre (constipação), massa abdominal palpável.
Se uma mulher estiver experimentando estes sintomas e eles se mantiverem presentes por mais de três semanas, ela deve consultar seu ginecologista.
Detecção
Medição do marcador tumoral sanguíneo CA 125 (80% das mulheres com câncer de ovário apresentam CA 125 elevado) e ultrassonografia pélvica são dois exames fundamentais para estabelecer o diagnóstico da doença. A laparoscopia exploratória seguida de biópsia do tumor, além de úteis para confirmar o diagnóstico, permitem observar se há comprometimento de outras regiões e órgãos.
Raio X do tórax, tomografia computadorizada, avaliação da função renal e hepática e exames hematológicos podem auxiliar no diagnóstico dos casos avançados.
Tratamentos
Tratamento local – a terapia local visa tratar um tumor localmente, sem afetar o resto do corpo. Os tipos de terapia local utilizados para o câncer de ovário incluem cirurgia e radioterapia.
Tratamento sistêmico – a terapia sistêmica se refere ao uso de medicamentos que podem ser administrados por via oral, ou diretamente na corrente sanguínea para atingir as células cancerígenas em qualquer parte do corpo. Dependendo do tipo de câncer de ovário, diferentes tipos de tratamentos sistêmicos podem seu usados, incluindo quimioterapia, hormonioterapia e terapia-alvo.
O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV. A infecção genital por esse vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer. Essas alterações são descobertas facilmente no exame preventivo, o Papanicolaou ou Papanicolau, e são curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso, é importante a realização periódica desse exame.
Prevenção
O uso de preservativos (camisinha masculina ou feminina) durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV.
Também há a vacinação contra o HPV. O Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal, em 2014, a vacina tetravalente contra o HPV para meninas de 9 a 13 anos. A partir de 2017, o Ministério estendeu a vacina para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Essa vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Os dois primeiros causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero. A vacina tem duas doses, com a segunda seis meses após a primeira. Para pessoas com HIV e transplantados, são três doses no esquema 0, 2 e 6 meses.
Realização do exame preventivo Papanicolau. Mesmo as mulheres vacinadas, quando alcançarem a idade preconizada (a partir dos 25 anos), deverão fazer o exame preventivo periodicamente, pois a vacina não protege contra todos os tipos oncogênicos do HPV.
Fatores de risco:
- Início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros;
- Tabagismo;
- Uso prolongado de pílulas anticoncepcionais.
Sintomas:
Um corrimento vaginal anormal. Pode ser um corrimento marrom, aguado ou cor-de-rosa. Um sangramento inesperado também pode ser um sintoma.
Detecção:
As formas de detecção são:- Exame pélvico e história clínica: exame da vagina, colo do útero, útero, ovário e reto através de avaliação com espéculo, Papanicolau, toque vaginal e toque retal.
- Colposcopia – exame que permite visualizar a vagina e o colo de útero com um aparelho chamado colposcópio, capaz de detectar lesões anormais nessas regiões
- Biópsia – se células anormais são detectadas no exame preventivo (Papanicolau), é necessário realizar uma biópsia, com a retirada de pequena amostra de tecido para análise no microscópio.
Tratamento
Entre os tratamentos para o câncer do colo do útero estão a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. O tipo de tratamento dependerá do estadiamento (estágio de evolução) da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade da paciente e desejo de ter filhos.
A cirurgia só deve ser indicada, quando o tumor está confinado no colo do útero. De acordo com a extensão e profundidade das lesões, ela pode ser mais conservadora ou promover a retirada total do útero (histerectomia).
A radioterapia externa ou interna tem-se mostrado um recurso terapêutico eficaz para destruir as células cancerosas e reduzir o tamanho dos tumores. Apesar de a quimioterapia não apresentar os mesmos efeitos benéficos, pode ser indicada na ocorrência de tumores mais agressivos e nos estádios avançados da doença.
Se confirmada a presença de lesão precursora, ela poderá ser tratada a nível ambulatorial, por meio de uma eletrocirurgia.